A dimensão mais importante das relações entre Estados Unidos e China é a tecnologia, que é vital para a competição econômica, militar e até mesmo ideológica.
Na competição econômica, o principal desafio americano não é, como às vezes fica implícito, a inovação insuficiente. Os EUA são o país mais rico do mundo por trilhões de dólares de vantagem. O número de patentes nos EUA concedidas a americanos estabeleceu um recorde em 2019 e quase o igualou em 2020. Ou seja, mais do que o triplo do número de patentes concedidas a japoneses, o segundo lugar nesse mercado.
O principal desafio não é nem mesmo a inovação chinesa. A preferência de Pequim por grandes empresas e financiamento estatal em detrimento da concorrência genuína garante que ela terá dificuldades em áreas-chave, do desenvolvimento de aeronaves ao xisto.
O principal desafio é a aquisição de propriedade intelectual (PI) pela China e o uso de subsídios legais e financeiros para desenvolver produtos dessa PI e tirar os EUA dos mercados globais.
Uma legislação em análise pode, se aprovada, aumentar esses riscos. A Lei de Inovação e Concorrência dos Estados Unidos (USICA, na sigla em inglês) foi aprovada no Senado, enquanto a Lei da Fundação Nacional de Ciência para o Futuro foi aprovada na Câmara.
Cada uma despende pelo menos US$ 100 bilhões em cinco anos em pesquisa e desenvolvimento dos EUA, mas o Senado incluiu muito mais disposições que tentam limitar o acesso chinês do que a Câmara fez até agora.
Sem salvaguardas mais fortes do que até mesmo o Senado colocou atualmente, a China será capaz de capturar a tecnologia desenvolvida por pesquisas dos EUA, subsidiar sua implantação e realmente causar danos às empresas e trabalhadores americanos, em vez do benefício que o Congresso imagina.
Que a China continuará buscando a aquisição de pesquisas americanas não é algo seriamente discutível. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos relata que 80% de seus casos de espionagem econômica envolvem a China.
Apesar dessa ameaça pontual e multifacetada, quase nenhum beneficiário chinês de aquisição ilegal de PI enfrentou sequer as mais brandas consequências (que são conhecidas publicamente).
E os EUA estão relutantes em criar ferramentas de política para destinatários de PI roubada.
fonte: gazeta do povo
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